Montado no meu cavalo pégaso me leve além
Daquilo que me convém relançar pelo que falo
Bebendo pelo gargalo enchentes e ribeirões
Na terra tem tem mil vulcões no tempo só tem espaço
Nada digo e tudo faço viajo nas amplidões
Por entre pedras e rios planetas e hemisférios
Há poderes e impérios há sérios homens e fios
Há beijos que são macios há bocas e palavrões
Há facas e cinturões
Há dor e muito cansaço
Nada digo e tudo faço viajo nas amplidões
Bem no tempo do estio no inverno e no verão
No eixo e na rotação no plano que lhe envio
Nos deuses em que confio no poder das orações
No sangue desses canhões no cabelo e no cangaço
Nada digo e tudo faço viajo nas amplidões
Conheço tantos caminhos retenho preso na mão
As chaves da viração das aves que não têm ninhos
Das uvas que não dão vinhos dos erros das intenções
Do fogo desses dragões do pau, do ferro e do aço
Nada digo e tudo faço viajo nas amplidões.
Writer(s): Jose Ramalho Neto
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