Desço dessa solidão
Espalho coisas sobre um chão de giz
Há meros devaneios tolos/ A me torturar
Fotografias recortadas/ em jornais de folhas, amiúde...
Eu vou te jogar/ Num pano de guardar confetes
Disparo balas de canhão/ É inútil pois existe um grão-vizir
Há tantas violetas velhas/ Sem um colibri
Queria usar, quem sabe/ uma camisa de força
Ou de Vênus/ Mas não vou gozar de nós
Apenas um cigarro/ Nem vou te beijar
Gastando assim o meu batom.
Agora pego um caminhão na lona/ Vou a nocaute outra vez
Meus vinte anos de "Boy", "That's over, baby!"/Freud explica
Pra sempre fui acorrentado/ No seu calcanhar
Não vou me sujar/ Fumando apenas um cigarro
Nem vou te beijar/ Gastando assim o meu batom
Quanto ao pano dos confetes, já passou o meu carnaval
E isso explica porque o sexo/ É assunto popular
No mais, estou indo embora
No mais, estou indo embora
No mais...
Writer(s): Jose Ramalho Neto
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