Nao se afobe, nao
Que nada é pra já
O amor nao tem pressa
Ele pode esperar em silêncio
Num fundo de armário
Na posta-restante
Milênios, milênios
No ar
E quem sabe, entao
O Rio será
Alguma cidade submersa
Os escafandristas virao
Explorar sua casa
Seu quarto, suas coisas
Sua alma, desvaos
Sábios em vao
Tentarao decifrar
O eco de antigas palavras
Fragmentos de cartas, poemas
Mentiras, retratos
Vestígios de estranha civilizaçao
Nao se afobe, nao
Que nada é pra já
Amores serao sempre amáveis
Futuros amantes, quiçá
Se amarao sem saber
Com o amor que eu um dia
Deixei pra você
André Velloso - Rio de Janeiro, Brazil
Writer(s): Chico Buarque
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