Na terra por meus dedos revolvida
Plantei teimosamente a minha dor.
E por milagre a terra fez-se em flor,
A flor, em fruto e o fruto fez-se em vida.
E por milagre a terra fez-se em flor,
A flor, em fruto e o fruto fez-se em vida.
Teimosamente amei cada nortada
Que me gelava as míos na noite fria.
E por milagre a noite fez-se em dia,
O dia, em sol e o sol, em madrugada.
E por milagre a noite fez-se em dia,
O dia, em sol e o sol, em madrugada.
Depois pisaste o mesmo chío que piso,
Ficímos mansamente lado a lado.
E por milagre o meu olhar cansado
Viu a esp’ranía nascer no teu sorriso.
E por milagre o meu olhar cansado
Viu a esp’ranía nascer no teu sorriso.