Não eram os meus olhos que te olharam
Nem este corpo exausto que despi
Nem os lábios sedentos que pousaram
No mais secreto do que existe em ti
Não eram meus os dedos que tocaram
Tua falsa beleza em que não vi
Mais que os vícios que um dia me geraram
E me perseguem desde que nasci
Não fui eu que te quis. E não sou eu
Que hoje te aspiro embalo gemo e gero
Possesso desta raiva que me deu
A grande solidão que de ti espero
Neste amargo deserto do meu espanto
É a sombra do ódio que te quero
A voz com que te chamo é o desencanto
E o sémen que te dou o desespero.
Lyrics powered by www.musiXmatch.com