Você me faz correr demais os riscos dessa Highway
Você me faz correr atrás do horizonte dessa Highway
Ninguém por perto, silêncio no deserto,
Deserta Highway
Estamos sós e nenhum de nós
Sabe exatamente onde vai parar
Mas não precisamos saber pra onde vamos
Nós só precisamos ir.
Não queremos ter o que não temos...
Nós só queremos viver
Sem motivos, nem objetivos,
Estamos vivos e isso é tudo.
É sobretudo a lei da Infinita Highway.
Quando eu vivia e morria na cidade
Eu não tinha nada, nada a temer
Mas eu tinha medo, medo dessa estrada.
Olhe só, vê você.
Quando eu vivia e morria na cidade
Eu tinha de tudo, tudo ao meu redor.
Mas tudo que eu sentia era que algo me faltava
E à noite eu acordava banhado em suor
Não queremos lembrar o que esquecemos
Nós só queremos viver
Não queremos aprender o que sabemos
Não queremos nem saber
Sem motivos, nem objetivos.
Estamos vivos e é só
Só obedecemos à lei da Infinita Highway
Escute, garota, o vento canta uma canção.
Dessas que a gente nunca canta sem razão
Me diga, garota, será a estrada uma prisão?
Eu acho que sim, você finge que não.
Mas nem por isso ficaremos parados
Com a cabeça nas nuvens e os pés no chão
Tudo bem, garota, não adianta mesmo ser livre.
Se tanta gente vive sem ter como viver
Estamos sós e nenhum de nós
Sabe onde quer chegar
Estamos vivos, sem motivos.
Que motivos temos pra estar?
Atrás de palavras escondidas
Nas entrelinhas do horizonte dessa Highway
Silenciosa Highway
Eu vejo o horizonte trêmulo,
Eu tenho os olhos úmidos.
Eu posso estar completamente enganado
Eu posso estar correndo pro lado errado
Mas a dúvida é o preço da pureza
E é inútil ter certeza
Eu vejo as placas dizendo não corra,
Não morra, não fume.
Eu vejo as placas cortando o horizonte
Elas parecem facas de dois gumes
A minha vida é tão confusa quanto a América Central
Por isso não me acuse de ser irracional
Escute, garota, façamos um trato.
Você desliga o telefone se eu ficar muito abstrato
Eu posso ser um Beatle, um beatnik ou um bitolado.
Mas eu não sou ator, eu não to à toa do teu lado.
Por isso garota, façamos um pacto
De não usar a Highway pra causar impacto.
Cento e dez, cento e vinte, cento e sessenta
Só pra ver até quando o motor agüenta.
Na boca em vez de um beijo um chicle de menta
E a sombra do sorriso que eu deixei
Numa das curvas da Highway
Writer(s): Humberto Gessinger
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