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O enjeitado Songtext

Cristina Branco - O enjeitado
Quelle: Youtube
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No fundo, sinto-me apodrecer.
Agora sei onde e de quê irei morrer:
À beira do Tejo, de suas margens
Macilentas e inclinadas.
Nada é mais belo e triste
E a existência sublime e lenta.

De tarde vagueio pelos prados
E à noite ouço o queixume dos fados
Até romper a madrugada.
- ?A vida é imensa tristura? -
E logo sinto as amarras desse mal
Que no tempo aguarda fatal.

São as varinas quem canta o fado
E os entes que já nada esperam.
-?Mais um copo pra esquecer?-
Deixam-no desamparado,
Ecoando por becos e vielas,
Num silêncio que consente.

Um deles ouvi cantar
E minha frieza tornou-se em pesar:
?Nada me consola além da dor.
A vida não conhece o perdão,
Mais não tenho que este meu fado
P?ra me encher a noite, sem amor.?

No fundo, sinto-me apodrecer;
Aqui, de nada serve morrer,
Onde tudo se perde na volúpia da dor:
Lisboa, outrora cidade das cidades,
Arrasta o passado no presente,
E vê nas ruínas uma glória que mente.

Por essa miragem me encantei;
Também eu descobri e conquistei,
Para afinal, de tudo ser perdedor
Morrendo na lentidão da corrente,
Junto à campa do mais nobre
Dos sonhos: 'tudo é dor?.
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Album O Descobridor: Cristina Branco Canta Slauerhoff (2002)

Cristina Branco
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  2. 2.
    O Descobridor
  3. 3.
    O Enjeitado II
  4. 4.
    Chegada
  5. 5.
    Aspiração
  6. 6.
    Vida Triste
  7. 7.
    A Uma Princesa Distante
  8. 8.
  9. 9.
    Angústia
  10. 10.
    Mulher à Janela
  11. 11.
  12. 12.
    O Enjeitado
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