Oh! Deus,
Perdoe esse pobre coitado,
Que de joelhos rezou um bocado,
Pedindo pra chuva cair,
Cair sem parar.
Oh! Deus,
Será que o senhor se zangou,
E é só por isso que o sol se arretirou,
Fazendo cair toda chuva que há.
Oh! Senhor,
Pedi pro sol se esconder um pouquinho,
Pedi pra chover,
Mas chover de mansinho,
Pra ver se nascia uma planta,
Uma planta no chão.
Oh! Meu Deus,
Se eu não rezei direito,
A culpa é do sujeito,
Desse pobre que nem sabe fazer a oração.
Meu Deus,
Perdoe encher meus olhos d'água,
E ter-lhe pedido cheio de mágoa,
Pro sol inclemente,
Se arretirar, retirar.
Desculpe, pedir a toda hora,
Pra chegar o inverno e agora,
O inferno queima o meu humilde Ceará.
Oh! Senhor,
Pedi pro sol se esconder um pouquinho,
Pedi pra chover,
Mas chover de mansinho,
Pra ver se nascia uma planta no chão,
Planta no chão.
Violência demais,
Chuva não tem mais,
Roubo demais,
Política demais,
Tristeza demais.
O interesse tem demais!
Violência demais,
Fome demais,
Falta demais,
Promessa demais,
Seca demais,
Chuva não tem mais!
Lá no céu demais,
Chuva tem,
Tem, tem, não tem,
E quando tem,
É demais.
Pobreza demais,
Como tem demais!
(Falta demais),
É demais,
Chuva não tem mais,
Seca demais,
Roubo demais,
Povo sofre demais.
Oh! demais.
Oh! Deus.
Oh! Deus.
Só se tiver Deus.
Oh! Deus.
Oh! fome.
Oh! interesse demais,
Falta demais...!
Writer(s): Waldeck Arthur De Macedo, Manoel Avila Peixoto
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